Depois de nos ter presenteado com "A Cauda Longa", excelente dissertação sobre as oportunidades de negócio que nos oferece o desenvolvimento que a Internet sofreu nos últimos anos, que tornou possível comercializar toda a espécie de produtos, mesmo aqueles que têm uma pequena taxa de penetração: só que 0,1% de consumidores em todo o mundo, são muitos consumidores. Os negócios que eram inviáveis no mundo físico tornam-se oportunidades no mercado global ao alcance de um clique.
Desta vez o seu trabalho recai sobre a tendência dos preços. De todos os produtos, mas sobretudo daqueles que se podem transformar em bits, por oposição aos átomos. E aí é categórico: meus amigos das editoras musicais, livreiras, de filmes, e muitas outras: Não vale a pena lutar nem chorar pelo leite derramado... o grátis é inexorável. Mas o autor não se limita a analisar e constatar factos, propõe alternativas e soluções e mostra que os maiores negócios actuais têm como base o grátis e livre (olá Google) e que quase todos os ramos podem fazer o mesmo. Mas têm de se despachar e ser criativos, e não ficar a lamentar-se, "culpando" o mundo em evolução de uma conspiração contra si.
Mais um excelente livro, daqueles que nos ajuda a entender e mudar a opinião sobre muitas coisas que já estão à nossa porta mas de que ainda não tínhamos sequer suspeitado existirem.

Título: Free - O Futuro É Grátis
Autor: Chris Anderson
Editora: Actual Editora
Ano de Edição Original: 2009
Edição Portuguesa: Novembro de 2009
Tradução: Fabrico Próprio
Nº de Páginas: 303
ISBN: 978-989-8101-73-0
Preço: 22€ (Fnac)
Estou a escrever estas palavras num computador netbook de 250 dólares, a nova categoria de portáteis com crescimento mais rápido. Acontece que o sistema operativo é uma versão grátis do Linux, embora isso não interesse porque não corro quaisquer programas além do browser gratuito Firefox. Não estou a utilizar o Microsoft Word mas sim o gratuito Google Docs, que tem a vantagem de me deixar os esboços disponíveis onde quer que esteja, além de que não tenho de me preocupar em fazer backups, uma vez que a Google trata disso por mim. Tudo o resto que faço neste computador é grátis, desde o meu e-mail às minhas entradas no Twitter. Mesmo o acesso wireless é gratuito, graças ao café onde estou sentado.
E, mesmo assim, a Google é uma das empresas mais lucrativas dos Estados Unidos, o "ecossistema Linux" é uma indústria de 30 mil milhões de dólares e o café parece estar a vender lattes de três dólares mais depressa do que aqueles que consegue fazer.

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