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A Sabedoria das Multidões - "The Wisdom of the Crowds"


Um dos maiores "hits" para a geração web 2.0 foi (e é) o livro "A Sabedoria das Multidões", de James Surowiecki. A tese do autor, que os adeptos da web 2.0 compartilham é que existe subjacente à soma das sabedorias individuais, pairando sobre ela, uma sabedoria colectiva que é superior à soma das partes.

Ou dito de outra maneira, reunidas certas condições, quando se consegue subtrair essa sabedoria colectiva, sobre um qualquer assunto, desde a contagem visual de feijões aos motivos das avarias em foguetões espaciais, ela é sempre mais acertada do que qualquer das sabedorias individuais que lhe deram origem. OK, é uma tese controversa, que o autor tenta explicar através de inúmeros exemplos, numa escrita escorreita e de leitura fácil, e que, pelos vistos conseguiu convencer a elite das novas tecnologias.
A ligação com a web 2.0 é evidente: o êxito do fenómeno do trabalho cooperativo (wikipédia, software livre,...), o confronto dos blogues com os canais de notícias tradicionais, a investigação e desenvolvimento em rede, mesmo por empresas multinacionais, que cada vez mais compartilham o seu conhecimento com especialistas espalhados por todo o mundo, conseguindo assim obter melhores produtos finais e duma forma mais rápida e menos onerosa.
Na minha óptica pessoal, o livro não justifica tantos encómios como os recebidos, mas vale bem a leitura.

Título: A Sabedoria das Multidões
Título original: The Wisdom of the Crowds
Autores: James Surowiecki
Editora: Lua de Papel
Data: Setembro de 2007
Data original: 2005
Tradução: Maria Emília Ferros Moura
Nº de Páginas: 335
ISBN: 978-972-41-5045-1

Quando em 1968 o submarino americano Scorpion desapareceu, um veterano oficial da marinha teve uma ideia brilhante: juntou um grupo de nadadores salvadores, matemáticos e especialistas, forneceu-lhes os dados de que dispunha, e pediu-lhes que adivinhassem o local do desastre - oferecendo em troca uma garrafa de whisky. Depois fez a média de todos os palpites e... encontrou a embarcação desaparecida.
Sem o saber, o oficial estava a usar A Sabedoria das Multidões. Conforme explica James Surowiecki nesta obra vanguardista, para que a inteligência colectiva funcione é preciso reunir quatro qualidades chave: diversidade (pessoas diferentes apresentam ideias diferentes), descentralização (ninguém deve obedecer a uma figura de topo), agregação (as informações têm de ser agrupadas) e independência (os participantes não se podem preocupar com a opinião de terceiros).
Claro que nem sempre os grupos beneficiam das condições ideais. Daí o comportamento das claques (obedecem a uma voz unificadora) ou erros de avaliação como o 11 de Setembro (as informações dos diferentes serviços secretos não foram partilhadas). Surowiecki, a partir de uma perspectiva multicultural, observa os falhanços e sucessos da inteligência colectiva, apresenta exemplos e case-studies. Mostra-mos também as aplicações práticas de um conceito que já está a transformar o modo como vivemos - veja-se o advento da Web 2.0 e a imparável ascensão de sites como a Wikipédia ou o Youtube.

James Surowiecki, ex-professor de História Americana na Universidade de Yale, acabou por se distinguir como jornalista, com artigos publicados em vários dos melhores jornais e revista americanos, como o New York Times, o Wall Street Journal, a Wired ou a Slate.
Actualmente assina uma das colunas mais lidas da revista New Yorker - A Finacial Page. O trabalho que ali desenvolveu ao longo dos anos deu origem a este livro: "Os mercados são compostos por pessoas diferentes, com diferentes níveis de informação e inteligência. No entanto, quando todas essas pessoas se juntam e começam a comprar e avender, em geral toma decisões inteligentes", defende James. Mas há excepções à regra. O crash da bolsa do final dos anos 90 provou que os mercados também podem decidir mal. A discrepância de comportamento intrigou o autor: "Queria perceber as razões que explicam os sucessos e os falhanços dos mercados." Ao aprofundar a investigação conclui que - apesar das excepções - quer os mercados quer outros grupos de pessoas revelam frequentemente "uma admirável sabedoria" - A Sabedoria das Multidões.


Antes de ler este livro, encha um frasco com feijões e conte-os. A seguir junte um grupo heterogéneo de amigos e peça que adivinhem o número correcto de feijões. Aponte os palpites. Chegará então a duas conclusões: todos os seus amigos se enganaram e o palpite mais correcto é a média de todos os palpites individuais. Bem-vindo ao fascinante universo de A Sabedoria das Multidões, o livro de culto de Sillicon Valley que se tornou num best-seller da Business Week. James Surowiecki - responsável pela página de economia da New Yorker - descobriu que os grupos revelam quase sempre uma inteligência superior à dos peritos. Nas circunstâncias certas, são melhores a resolver problemas, a tomar decisões ou mesmo a prever o futuro.
Lembram-se do concurso Quem Quer Ser Milionário? As respostas certas nunca eram do amigo especialista, mas sim do público em estúdio. Recordam-se da explosão do Columbia? Muito antes da NASA, os corretores da bolsa descobriram qual das companhias envolvidas na construção do space shuttle tinha falhado.
Surowiecki, talvez o mais importante pensador contemporâneo da Web 2.0, defende a sua tese apoiado no comportamento dos mercados, na psicologia, na biologia e até na história militar. Explica como e quando as multidões erram e como e quando acertam em cheio. E oferece uma ferramenta de valor incalculável para empresas, governantes ou para nós mesmos.










                         


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