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Sabe o que vem aí?


O objectivo deste livro é dizer-nos, ou antes especular, sobre o que nos trará o futuro a médio e longo prazo.
É uma questão interessante, que o autor desbaratou por completo.


Autor: James Canton
Título: Sabe o que vem aí? As principais tendências que redesenharão o mundo.
Editora: Bizâncio
Tradução: Dolores Bonaparte
Data de Edição: Junho de 2008
Data da edição original: 2006
Nº de páginas: 394
ISBN: 978-972-53-0386-3

E isso é tanto mais de estranhar porque o autor é um eminente consultor, que trabalhou durante a sua carreira, várias vezes com a Casa Branca, foi comentador da CNN, para além de diversos outros títulos e cargos importantes.
Mas ao ler a obra somos soçobrados não só por uma forma de escrever as coisas que é um misto de professor xibanga e nostra damus mas para assuntos mais intelectuais e científicos. A forma de escrita é pois a de livros de auto-ajuda, repetindo até à exaustão a mesma coisa, com inúmeros quadros, esquemas e chamadas de atenção que nada adiantam e que só servem para confundir. Enfim, uma amálgama na qual ficamos enredados em afirmações vagas e, dá-nos a ideia, completamente aleatórias.
Quando tentamos abandonar a forma e tentamos concentrar-nos no conteúdo, a sensação é de que as coisas que foram ditas não têm qualquer base de estudo, de apoio, de sustentação e prova, fazendo asserções completamente surpreendentes sem qualquer demonstração cabal. É certo que o autor parte de quatro ramos que estão em desenvolvimento neste momento: a biologia, a nanotecnologia, a neurociência e as energias renováveis. É certo que a partir daqui irão sair coisas surpreendentes no futuro, o autor faz uma elencagem dessas inovações que podem (ou não...) aparecer de um momento para o outro a influenciar as nossas vidas. Mas é evidente que a ideia é apanhar tudo na rede e depois dizer que tudo é possível, tudo vem aí. E outra coisa que espanta é as datas em que o autor afirma que as inovações estarão completamente consolidadas, quase todas elas, a nosso ver, impossíveis face à sua proximidade; parece que o autor fez uma compressão do tempo. Por exemplo, quando da NASA nos dizem que estão a prever enviar a primeira missão tripulada a Marte lá para 2030, James Canton nesse ano já nos fala das comuns colónias humanas no espaço. Mais, sendo que o livro foi originalmente escrito em 2006, há lá previsões para 2009, 2010, que lendo neste momento só nos farão sorrir.
Enfim, uma ideia interessante, completamente desperdiçada pela preguiça e pela especulação, e que ainda por cima nem a forma de escrita cativa.
Aliás, quanto a estas coisas da futurologia o meu diapasão afina muito mais pela visão de Nassim Nicholas Taleb, exposta no seu "Cisne Negro", esse sim um livro ... do caraças!











                         


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